Lindo arco de pedras iluminado e ao fundo o cosmos. A Filosofia e a Astronomia: instâncias em que o Thauma aparece

A Filosofia e a Astronomia: instâncias em que o Thauma aparece

Publico agora partes da minha monografia apresentada na PUC-Rio, como um dos requisitos para a conclusão do curso de Especialização em Filosofia Contemporânea. Cujo o título é A Filosofia e a Astronomia: instâncias em que o Thauma aparece. Segue a Introdução.  Em sequência publico os capítulos e as considerações finais, além dos comentários feitos (pela banca) a este trabalho.
 
1.1 Introdução
Pretendemos nesta monografia mostrar a importância e a participação da Astronomia (e/ou física) no espanto, no thauma filosófico, que ocorre desde os primórdios da filosofia lá no final do século VII a.C; ressurge na modernidade (séculos XVI e XVII) com muita veemência; e por fim tem novo papel com a “nova cosmologia” do século XX na contemporaneidade, com Einstein na teoria da relatividade e com Heisenberg na física quântica. Perceberemos que tanto a Astronomia influenciou a Filosofia, como esta implicou naquela.
No primeiro capítulo discorremos como se deu a “evolução” do pensamento da astronomia na antiguidade e a passagem do mito à filosofia uma “nova maneira de pensar”; damos alguns exemplos de mitos e visões cosmogônicas do universo; lembramos a cosmologia em sua origem racional embora ainda muitas vezes pautada nos sentidos e com suas “visões equivocadas”, exemplo de Aristóteles e outros, como foi o caso do Geocentrismo. De qualquer maneira nessa época o contato com a natureza era através de uma visão imanente e de um sentido mais amplo de pertencimento a ela.
No segundo capítulo explanamos a retomada do racionalismo na idade moderna – a importância da “razão matemática” em Galileu Galilei (na astronomia); Descartes (na filosofia); Copérnico e Isaac Newton (astronomia – física) e Kant (filosofia).
 
Como veremos a retomada do racionalismo na idade moderna evidencia mais uma vez as questões astronômicas e os estudos da física que ocorrem nesse período, e mais uma modificação no pensamento – aqui há o afastamento do geocentrismo e da “importância” deste homem – egocentrismo. Ocorre o “re-surgimento” do heliocentrismo agora de maneira “definitiva” – mas sabemos hoje: estamos num cantinho da Galáxia… não somos o centro do universo e nem sabemos se há um centro. Nesse momento o homem está bem afastado do sentido existencial da natureza, há uma clara dificuldade de se compreender o mundo natural em sua inteireza.
 
No terceiro capítulo no que tange à contemporaneidade damos ênfase à fenomenologia e a questão do esquecimento do Ser mencionada por Heidegger em uma analogia com o esquecimento do Céu, nossa origem cósmica; somos poeira das estrelas… Desta maneira o espanto, o Thauma que origina a Filosofia e a Astronomia não pode ser esquecido, não podemos perder o sentido da existência, o espanto não pode acabar. Nesse momento reaparece com a física quântica e a nova cosmologia a inteireza do cosmos com o homem e o Todo da existência.
Espero que tenha gostado da Introdução do texto A Filosofia e a Astronomia: instâncias em que o Thauma aparece, veja a continuação seguindo os links, boa leitura! E a qualquer momento deixe seus comentários ok
 
 
Abraços do Benito Pepe
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27 Comentários
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Volpi Pessoa
15 anos atrás

Muito bom, incluse acho que os males e a forma equivocada de pensar do homem moderno se deve a perca de sentido de simbolo do homem antigo.
Ver que a alguém estudando essa mudança de “visão de mundo” me deixa feliz.
Espero continuação
Volpi Pessoa

Ultima edição 1 ano atrás by Volpi Pessoa
15 anos atrás

Olá Volpi e demais amigos leitores espero que estejam apreciando a continuação, deste texto.

Abraços do Benito Pepe

[…] A Filosofia e a Astronomia: instâncias em que o Thauma aparece (Capítulo 1) Como Surgiu a Filosofia (continuação capítulo […]

[…] Se você ainda não viu os primeiros tópicos clique aqui Falamos um pouco agora de como surgiu, como se deu a origem da Filosofia. Tales, da colônia grega de Mileto – por isso chamado Tales de Mileto(1) – é um dos nomes mais importantes para o surgimento do pensamento filosófico-científico, como é dado por “Aristóteles, no livro I da Metafísica”, e nos relembra Marcondes. “Aristóteles afirma ser Tales de Mileto, no Séc. VI a.C., o iniciador do pensamento filosófico-científico”. Marcondes continua: […]

[…] Se você ainda não viu os primeiros tópicos clique aqui. Por isso, tivemos assim, no que tange a Astronomia, um grande passo para o que viria a ser a Cosmologia – diferentemente da cosmogonia – que não é uma ciência; aquela já é uma ciência, pois a estudamos com teorias e observações, estamos procurando causalidades lógicas, ordem e organização, pautamo-nos na matemática. Estamos abertos às críticas, justificadas. Conforme mencionamos, entre as características do pensamento filosófico-científico, estão a Physis, a causalidade, a arqué (elemento primordial), o cosmo, o logos e o caráter crítico. Agora gostaria de citar o que Marcondes diz sobre o uso deste racionalismo em conexão com este real que é o cosmos: […]

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