Como dissemos o termo surge com Adorno & Horkheimer em 1947 no livro Dialética do Esclarecimento (1), porém já era antes usado pela escola de Frankfurt com a expressão “Cultura de Massa”, para aludir a manipulação das consciências pelos meios de comunicação, mas como eles observaram que o termo não seria apropriado para o que queriam demonstrar passaram então a utilizar Indústria Cultural. E esta, conforme comenta Reale (2006)
… é constituída essencialmente pela mídia (cinema, televisão, rádio, discos, publicidades etc.) É com a mídia que o poder impõe valores e modelos de comportamento, cria necessidades e estabelece a linguagem … não emancipam, nem estimulam a criatividade; pelo contrário, bloqueiam-na porque habituam a receber passivamente as mensagens. (p.474)
Também a problemática da razão instrumental não pode ser ocultada em uma relação da cientificidade das ciências naturais e suas práticas que utilizando-se da Indústria cultural se fortalecem. Conforme comenta Marcondes (2005)
A concepção da ciência natural e da técnica, visando ao controle dos processos naturais, levaria ao desenvolvimento de um saber instrumental em que o controle e a dominação – não só de processos naturais, mas também sociais – são os objetivos fundamentais, voltando-se para resultados práticos. (p.264)
O “esclarecimento” agora está ligado a uma técnica mais “avançada” e a manipulação da imagem que possibilitam ao extremo um encantamento visual que nunca existira antes, e desta vez não deixa margem à reflexão, assim consegue-se o objetivo: clientela encantada, clientela consumidora, desta forma vende-se a imagem que se pretende. É ao mesmo tempo interessante lembrarmos que “o termo esclarecimento em Adorno e Horkheimer designam o processo de “desencantamento do mundo” pelo qual as pessoas se libertam do medo de uma natureza desconhecida, à qual atribuem poderes ocultos para explicar seu desamparo em face dela.” (2)
Abraços do Benito Pepe
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(2) Nota preliminar do tradutor do Livro: Dialética do Esclarecimento de Adorno & Horkheimer ed. Zahar, 1985.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 9.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia, Vl 6: de Nietzsche à escola de Frankfurt; tradução de Ivo Storniolo; 1.ed. São Paulo: Paulus, 2006.
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