Continuando o texto…
A Importância do Pessoal na Pequena Empresa
Uma empresa ou organização é como um organismo vivo, e desta forma é composta por membros deste corpo. Independentemente do seu porte, se gigante, grande, média ou pequena empresa, as pessoas são sem dúvida o fundamental diferencial competitivo entre as empresas.
Os compostos físicos e tecnológicos de uma empresa são muito importantes, mas o fundamental, ainda é e sempre serão as pessoas. E aqui entra um problema que surge, não com pouca freqüência, nas pequenas empresas como também nas grandes. Segundo as estatísticas observadas por Drucker e que ele comenta quanto às decisões referentes ao pessoal “…no máximo um terço das decisões acaba sendo o correto; 1/3 é minimamente eficaz; e 1/3 é absoluto fracasso.” E continua ele “Em nenhuma outra área da administração nos defrontamos com desempenho tão desastroso.” (p.317).
Isto pode parecer surpresa para muitos que não mexem com a administração, mas para os que trabalham nesta área ou possuem uma empresa, é mais fácil de compreender que na verdade podemos calibrar uma máquina, podemos liga-la e desliga-la quando precisamos, podemos trocar peças e acessórios quando necessário, e tudo volta ao normal, mas quando falamos de pessoal a conversa muda completamente, não podemos fazer nada do exposto acima quanto ao pessoal.
Evidentemente pessoas não são máquinas e além de nosso organismo humano ser considerada a máquina por excelência a mais perfeita que nós mesmo seres humanos já tivemos conhecimento, não temos o total domínio sobre ela.
Como afirmam diversos autores, e cientistas menos céticos, nós não somos só uma bela máquina, ou seja, existe algo a mais no homem além da matéria. Talvez seja por isso que muitos administradores erram na escolha do pessoal, existem situações em que as pessoas mudam seus hábitos, a maneira de ver a vida e as outras pessoas e quando estão no exercício de alguns cargos de poder ou responsabilidade a pessoa se transfigura.
Existem também situações em que, sem nenhuma justificativa plausível, ou comprovação científica, digamos assim, se sabe por que uma pessoa age totalmente de forma adversa da esperada pela chefia superior.
Queremos também salientar uma das situações que ocorre com mais freqüência em empresas de maior porte, onde a alta administração está mais longe dos cargos inferiores, e fato este que não ocorre nas pequenas empresas ou pelo menos com muito menor chance. É o caso do “apadrinhamento”, das amizades informais, que levam uma pessoa a escolher para gerente, um amigo da “panelinha”, aquele que normalmente toma um chope ou joga uma “pelada” no grupinho aos fins de semana. Isto é, sem dúvida, outro problema na escolha de pessoal o que nas pequenas empresas é mais difícil de ocorrer, pois neste caso, a tomada de decisões é feita diretamente pelo dono da empresa, assim deveria eliminar esta situação.
Desta maneira devemos dar toda atenção a escolha do pessoal, pois é ela que determinará não só o desempenho de nossa empresa, como também a imagem de nossa corporação que é passada à sociedade.
Infelizmente a maioria das pequenas empresas, já com as tantas dificuldades que passam para sobreviver, dificilmente se preocupam, ou podem ajudar na formação de seu quadro de pessoal incentivando seus colaboradores a fazerem cursos ou a se especializarem.
As pequenas empresas também não tem a mesma condição que as grandes empresas, de darem benefícios aos seus funcionários como seguros-saúde, clubes para recreação, previdências-privada etc. Isto também faz com que bons profissionais busquem empresas de maior porte para seu desenvolvimento profissional e pessoal.
Mas devemos sempre, dentro do possível, praticarmos todo o esforço para desenvolver o nosso pessoal, mesmo sabendo que muitos deles não terão este interesse claro, mas no íntimo, em nosso interior, todos nós gostamos de nos aprimorar, muitas vezes dependemos daquele “empurrãozinho” que enquanto crianças, recebíamos de nossos pais, quando jovens recebemos dos professores, e depois da (ou na) empresa. Não devemos nos esquecer que é importante também que busquemos em nós mesmos a maior motivação para o nosso desenvolvimento e sucesso.
Veremos nos próximos tópicos mais à frente os diversos compostos que fazem uma pessoa ser diferente da outra e a complexa diversidade dos seres humanos.
Visto isso passamos ao Endomarketing ou marketing interno que é o nosso maior objetivo e é onde está focado este trabalho: o marketing interno. Comentaremos agora este tópico.
Endomarketing ou Marketing Interno
É necessário também comentarmos endomarketing ou marketing interno que em termos gerais quer dizer a mesma coisa, na verdade endomarketing é uma palavra surgida no Brasil. O próprio autor Bekin (2004) no seu mais recente livro em forma de entrevista comenta respondendo a seguinte pergunta: – “Sei que o senhor é considerado o pioneiro no uso do termo Endomarketing. Poderia contar alguma coisa a esse respeito?”
Com Prazer. Creio que é um termo adequado e reproduz com felicidade seu foco e sua abrangência. Em endomarketing, o sentido de algo voltado para dentro, de interiorização, está no próprio significado de endo. Aí temos a palavra grega éndon, que significa ‘em, para dentro, dentro de,’ exprimindo a posição ou a ação no interior de algo, o movimento de algo que caminha para dentro de si mesmo. Utilizei o termo Endomarketing pela primeira vez em 1975, quando era gerente de produtos Johnson & Johnson, seguindo o mesmo processo de formação das palavras da área médica, como endocrinologia, endodontia, endoscopia, endovenoso etc. (p.3).
O que é endomarketing ou Marketing Interno?
Portanto endomarketing ou marketing interno é um conceito diretamente ligado para dentro da empresa, ou seja, aos funcionários, clientes internos ou seja lá o nome que queiramos dar. O importante é que partindo-se do conceito de marketing, e depois de entende-lo melhor, como vimos no tópico anterior, podemos definir marketing interno.
A maioria dos livros de marketing não aprofundam o tópico referente ao marketing interno, mas de qualquer forma o comentam como por exemplo Kotler (1998) que diz.
Marketing interno é a tarefa bem-sucedida de contratar, treinar e motivar funcionários hábeis que desejam atender bem aos consumidores. De fato marketing interno deve vir antes de marketing externo. Não faz sentido a empresa prometer serviço excelente antes de seus funcionários estarem preparados para isso.(p.40).
Veremos no próximo capítulo alguns requisitos importantes e que observarmos verdadeiramente influir nos relacionamentos interpessoais na empresa e portanto no marketing interno. Entre eles podemos antecipar a questão da motivação e das necessidades dos seres humanos, questões do ambiente físico, fatores pessoais e intrapessoais e questões relativas às diversas inteligências humanas.
Então podemos entender que o marketing interno não depende só da empresa, pois é um sentimento que deve aflorar no coração de todos. Enquanto seres humanos que somos e quando fazemos algo com verdadeiro sentimento de prazer e satisfação vivemos intensamente o amor e podemos afirmar, que quando as coisas são feitas desta forma, não há como não dar certo. Não há como falhar com os colegas internos, não há como falhar com os clientes externos. Claro que a popularíssima frase “errar é humano” não está fora deste contexto, mas a chance de falhar é muito menor quando o sentimento do prazer aflora.
Segundo o que Bekin (2004) diz sobre suas observações empíricas “o Endomarketing não é prerrogativa de grandes empresas ou de multinacionais.” E acrescenta.
Outro dia , ao estacionar o carro, li na parede do estacionamento: “Nosso cliente é nossa riqueza; nosso funcionário é nosso valor”.Era um estacionamento simplório, não era uma multinacional! Mas a direção teve a sensibilidade suficiente para perceber que algo ali tem que acontecer de maneira diferente e que clientes e funcionários precisam ser tratados satisfatoriamente. O que o dono do estacionamento praticou foi uma ação intuitiva de Endomarketing. (p.41).
Depois de nos situar quanto ao endomarketing ou marketing interno entenderemos melhor algumas de suas ferramentas fundamentais, como por exemplo a comunicação e a sintonia necessária para a mesma. “O objetivo aqui é obter um alinhamento interno, desse alinhamento uma sintonia, e dessa sintonia, uma sincronização de ideias e ações.” Bekin (p.48). Dá também um ótimo exemplo comparativo quando diz que quando estamos no carro, ouvindo música e a estação do rádio não está perfeitamente sincronizada (sintonizada) sentimos um ruído que dá um chiado que nos incomoda muito, desta forma a comunicação estará desalinhada.A comunicação é portanto fator fundamental e primordial dentro da empresa, é a partir dela que se sabe exatamente o que a empresa pretende fazer e os objetivos a serem atingidos e passados ao seu público interno e destes para fora da empresa aos seus clientes externos.Abraços do
Benito Pepe
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Bibliografia e Referências Bibliográficas
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olá, boa tarde! sou aluna do oitavo termo de administração com ênfase em marketing….
gostaria de dizer que estou lendo muito sobre o assunto do marketing interno nas organizações.
faço estágio numa pequena empresa de monitaramento e alarmes residenciais, de uma pequena cidade do interior. será que um plano de endomarketing poderia ser implantado com facilidade? e com poucas despesas? não há treinamento. os técnicos começam e aprendem com o dia-a-dia.
Olá Ariane, obrigado pelo comentário e pela pergunta. Você pretende implantar um plano de endomarketing na tua empresa que é pequena. Ótimo! Isso é muito bom! Com facilidade não se faz nada, é preciso dedicação e principalmente continuidade e persistência, não se pode desistir no primeiro obstáculo, é preciso pensar nas frações de segundo como se faz na fórmula 1 >> https://www.benitopepe.com.br/2009/04/17/a-f1-%E2%80%93-formula-1-%E2%80%93-em-alegoria-a-uma-empresa
Bem, com poucas despesas isso sim é possível! quanto a questão do treinamento é algo que de fato ocorre nas pequenas empresas é raro haver treinamento interno, quando muito se paga alguns cursos para os funcionários fazerem fora da empresa, mas eu acho que contratar um “facilitador” para apresentar pequenas palestras e cursos dentro da empresa seria algo bem interessante, é bom lembrar que estas apresentações são interativas e o pessoal normalmente gosta muito, é um momento do público interno se conhecer melhor (e não custo muito, não!). Quanto a aprender com o dia a dia esse de fato é o melhor aprendizado, mas não se deve abandonar os estudos, apostilas ou apresentações. Uma boa técnica é fazer reuniões na empresa, por exemplo de 15 em 15 dias onde cada colega poderia apresentar seus conhecimentos para os demais, mas se faz isso com descontração e de maneira informal, sem deixar de manter a ordem é claro.
Espero ter podido ajudar.
Abraços do Benito Pepe
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voces poderiam colocar as formas de comunicação numa pequena empresa , quais meios elas usam …