Mesa onde se encontram colegas no Ambiente de trabalho de maneira descontraída

Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no Trabalho

Falamos agora das Relações interpessoais e da qualidade de vida no trabalho, dos fatores intrapessoais, da responsabilidade pela qualidade de vida no trabalho, do arranjo físico e dos 5 S.

Esta é a continuação do texto : Ambiente de trabalho e as Relações Interpessoais

2.3. Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no Trabalho
Como se viu as pessoas são produtos do meio em que vivem, têm emoções, sentimentos e agem de acordo com o conjunto que as cercam seja o espaço físico ou social. Como diz Bom Sucesso (1997)

A valorização do ser humano, a preocupação com sentimentos e emoções, e com a qualidade de vida são fatores que fazem a diferença. O trabalho é a forma como o homem, por um lado, interage e transforma o meio ambiente, assegurando a sobrevivência, e, por outro, estabelece relações interpessoais, que teoricamente serviriam para reforçar a sua identidade e o senso de contribuição. (p.36).

2.4. Fatores Intrapessoais e a Qualidade de vida no Trabalho

Cada pessoa tem uma história de vida, uma maneira de pensar a vida e assim também o trabalho é visto de sua forma especial. Há pessoas mais dispostas a ouvir, outras nem tanto, há pessoas que se interessam em aprender constantemente, outras não, enfim as pessoas tem objetivos diferenciados e nesta situação muitas vezes priorizam o que melhor lhes convém e às vezes estará em conflito com a própria empresa.

Como observado por Bom Sucesso (1997)

O auto conhecimento e o conhecimento do outro são componentes essenciais na compreensão de como a pessoa atua no trabalho, dificultando ou facilitando as relações. Dentre as dificuldades mais observadas, destacam-se: falta de objetivos pessoais, dificuldade em priorizar, dificuldade em ouvir. (p.38)
É bom lembrar também que o ser humano é individual, é único e que, portanto também reage de forma única e individual a situações semelhantes.

Como observado por Bom Sucesso (1997)

No cenário idealizado de pleno emprego, mesmo de ótimas condições financeiras, conforto e segurança, alguns trabalhadores ainda estarão tomados pelo sofrimento emocional. Outros, necessitados, cavando o alimento diário com esforço excessivo, ainda assim se declaram felizes, esperançosos.(p.176).


2.5. Responsabilidade Pela Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho

Normalmente procura-se passar a responsabilidade para a outra parte, porém é importante lembrar que somos produto do meio, mas também influímos no meio.

Como diz Bom Sucesso (1997)

Além de constituir responsabilidade da empresa, qualidade de vida é uma conquista pessoal. O auto conhecimento e a descoberta do papel de cada um nas organizações, da postura facilitadora, empreendedora, passiva ou ativa, transformadora ou conformista é responsabilidade de todos.(p.47)

2.6. Arranjo Físico e Ambiente de Trabalho

O objetivo de um arranjo funcional é garantir conforto, bem-estar, satisfação e segurança para os funcionários e garantir aos clientes melhores condições de visualizar os produtos, além de um ambiente saudável e agradável de ser visitado, ao espaço físico oferecer flexibilidade na disposição dos materiais e bom aproveitamento do espaço, à empresa propiciar aumento dos níveis de qualidade, produtividade e eliminação dos desperdícios.

Muito bem, isto é sabido e faz parte de muitas correntes de pensamentos da administração, porém com diz Moreira (2000)

Esses fatores em si não promovem a satisfação, mas a sua ausência a inibe. Por outro lado, fatores como oportunidade de auto realização, reconhecimento pela qualidade e dedicação no trabalho, a atratividade do próprio trabalho em si e a possibilidade de desenvolvimento pessoal e profissional do trabalhador são motivadores em essência. Recebem o nome de fatores de motivação. (p.287).

2.7. Princípios dos 5S

Como se sabe, os 5S são sinônimos de qualidade para o ambiente de trabalho e cabem aqui algumas observações como: a realidade e percepção do ambiente, que é observada de maneiras distintas por cada pessoa.

Segundo Silva (1995)

Os nossos sentidos e os nossos valores podem nos confundir. Quando isso ocorre deixamos de ver a bagunça, o desperdício, e todo tipo de comportamento que gera má qualidade de vida. É preciso prestar mais atenção para perceber a realidade. (p.2)

Os 5 sensos ou bom senso, que é mais adequado assim colocar, procura mostrar que com uma boa utilização dos materiais, uma boa ordenação, com uma limpeza constante, com saúde e higiene e acima de tudo com autodisciplina se alcança maior conforto e um melhor relacionamento no trabalho e consequentemente melhores resultados para a empresa.

Como observado por Silva (1995)

Pode-se criar um ambiente de qualidade em torno de si, usando as mãos para agir, a cabeça para pensar e o coração para sentir, por meio do sistema ou programa 5S. É só colocar em ação cinco sensos que estão dentro de cada um (p.4).
Os passos que se deve seguir são faxina geral, limpar o ambiente e os objetos, separar tudo o que se precisa com frequência daquilo que se usa esporadicamente, fazer uma arrumação de forma a se facilitar a vida no trabalho, guardar cada coisa em seu lugar, manter os equipamentos em ordem e bom funcionamento, combater o desperdício, ordenar as informações, estar atento as condições de saúde e higiene e por fim uma auto disciplina e aperfeiçoamento constante do local de trabalho.

Como conclui Silva (1995)

Podemos iniciar a longa caminhada da melhoria continua praticando os cinco (bons) sensos que cada um tem dento de si: utilização, ordenação, limpeza, saúde e autodisciplina. A mudança deverá ocorrer dentro de cada um. Se não tomarmos a decisão pessoal de viver com dignidade, ninguém poderá nos ajudar. (p.18)

Dessa maneira espero ter ficado claro o nosso foco em Falar das Relações interpessoais e da qualidade de vida no trabalho, incluindo os fatores intrapessoais, a responsabilidade pela qualidade de vida no trabalho, o arranjo físico e os 5 S.

Abraço do Benito Pepe

Referências Bibliográficas

BOM SUCESSO, Edina de Paula. Trabalho e qualidade de vida. 1.ed. Rio de Janeiro: Dunya, 1997.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6.ed. São Paulo: Campus, 2000.
MAGALHÃES, Celso. Técnica da chefia e do comando. 9.ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1990.
MOREIRA, Daniel Augusto. Administração da produção e operações. 5.ed. São Paulo: Pioneira, 2000.

SILVA, João Martins da. 5S para praticantes. 1.ed. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1995.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2000.

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51 Comentários
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Anonymous
15 anos atrás

Parabéns ao professor Pepe pelo excelente artigo sobre relações interpessoais no trabalho. A linguagem é simples, super elucidativa e as notas bibliográficas foram muito bem selecionadas.

Cidara Ramos

15 anos atrás

Olá Cidara, Obrigado pelo carinhoso comentário.

Se você tiver mais interesse, leia este trabalho completo seguindo o link acima>> Ambiente de Trabalho nas pequenas empresas e o Marketing Interno (Endomarketing)

Abraços do Benito Pepe

Mário Manhães
15 anos atrás

Olá quero parabeniza-lo pelo excelente texto, Vou utilizar este e os outros links no meu trabalho de conclusão de curso.
Obrigado.
Mário Manhães

[…] Currículo Algumas das “obras” de Aristóteles: a questão da Lógica e da Causalidade Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no Trabalho […]

Hohny
15 anos atrás

Boa noite Benito, queria saber se o sr. pode auxiliar-me em um trabalho de faculdade, a questão é que estou um tanto perdido com o tema que eu mesmo criei, ambiente social da empresa como forma de melhoria da qualidade de atendimento, no entanto, não consigo centralizar minha pesquisa, nem tampouco direcioná-la, gosto do tema, mas não sei como começar, engraçado não?
Queria saber se podes me dar exemplos dessas melhorias. Agradeço desde já e aguardo sua resposta.
Abraços
Johny

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