Continuando o Texto: Hegel os Gregos e os “Modernos”: uma fissura para a contemporaneidade – veja a Introdução clicando aqui! Seguimos agora com uma Pequena biografia de Hegel.
Hegel, Georg Wilhelm Friedrich. Nasceu em 27 de agosto de 1770 em Stuttgart em uma família protestante. Com 18 anos em 1788, iniciou seus estudos em filosofia e teologia no seminário de Tubingen e foi colega de Holderlin e Schelling. Hegel adquiriu conhecimento perfeito da filologia clássica, sobretudo da língua grega.
Durante seu período em Tubingen, preparou-se para a carreira eclesiástica e seus primeiros escritos trataram de assuntos teológicos. Ao deixar o seminário, porém, afasta-se da religião e os trabalhos que produz refletem a “influência” de Kant. Nunca deixará, no entanto, de se preocupar com as questões religiosas, também se ateve às questões políticas. Ele dizia que “a leitura dos jornais é uma espécie de oração da manhã realista”.
Hegel viveu também em Berna, na Suíça, onde, inspirado pela leitura de seu compatriota Immanuel Kant, escreveu vários ensaios sobre o cristianismo, que só seriam publicados em 1907. No fim de 1796, mudou-se para Frankfurt, onde Holderlin lhe conseguira um lugar de preceptor. As esperanças de colaborar com Holderlin, porém, foram frustradas pela loucura que acometeu o poeta. O fato provocou em Hegel uma crise de depressão, que ele combateu entregando-se ao trabalho.
Com o tempo, o período também lhe proporcionou uma “emancipação” do pensamento kantiano e um ponto de partida para seu próprio sistema filosófico.
Depois de trabalhar alguns anos como preceptor em famílias ricas, e com a morte de seu pai em 1799, Hegel herda um pequeno patrimônio e assim pode se dedicar inteiramente aos estudos. Dessa maneira pôde habilitar-se como docente livre na universidade de Jena em 1801, atuando como livre docente viveu em clima romântico e estudou o idealismo de Johann Gottlieb Fichte e de Schelling. Suas conclusões se expressariam na obra Differenz des Fichte‘schen und Schelling’schen Systems der Philosophie (1801; Diferença dos sistemas filosóficos de Fichte e Schelling), em que creditava a ambos os pensadores a virtude de tentar superar o dualismo kantiano, embora sem chegar a elaborar sistemas coerentes. De qualquer maneira toma posição a favor de Schelling.
De 1807 a 1808, Hegel foi diretor de um jornal em Bamberg, e de 1808 a 1816, diretor do ginásio em Nuremberg. Tornou-se, então, professor da universidade de Heidelberg e, em 1818, foi chamado para Berlim, ocupando a cátedra de filosofia, vaga desde a morte de Fichte, e ali permaneceu até sua morte de cólera, em plena atividade, em 14 de novembro de 1831.
As principais obras de Hegel são: Diferença dos sistemas filosóficos de Fichte e Schelling (1801); A Fenomenologia do Espírito (1807) obra onde Hegel se afasta se Schelling e apresenta um tipo de pensamento totalmente original, dotado de marca doravante inconfundível; Ciência da Lógica (1812-1816); A Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compendio (1817) esta obra foi reeditada em 1827 e 1830, com ampliações. Outra edição, em três volumes, foi feita pelos alunos, entre 1840 e 1845 já depois da morte do mestre, contendo esclarecimentos que Hegel dava nas aulas, portanto esta edição é a mais clara; A Filosofia do Direito (1821). Hegel de fato foi um gênio poderoso, sua cultura foi vastíssima, bem como a sua capacidade sistemática, tanto assim que muitos o consideram o Aristóteles e o Tomás de Aquino do pensamento moderno.
Precisamos evidenciar que Hegel tinha interesses bastante variados e uma vasta cultura. Podemos mencionar também alguns dos trabalhos juvenis (desenvolvido entre 1793-1800) e que são de grande importância para a compreensão da gênese do sistema hegeliano. Seguramente nestes Escritos da juventude encontramos a chave do hegelianismo, ou pelo menos o verdadeiro Hegel, como endossam Reale (2005) e Koyré (1991) entre outros comentadores, porém negligenciando as obras da idade moderna deixa-se de compreender o Hegel da Lógica. No período da juventude destacam-se os escritos teológicos. São eles:
1) Religião popular e cristianismo (fragmentos);
2) A vida de Jesus (1795);
3) A possibilidade da Religião cristã (1795/1796, primeira redação, a segunda se dá em 1800, mas fica incompleta);
4) O espírito do cristianismo e seu destino (1798);
5) Fragmento de sistema (1800).
No jornal que Hegel publicou, “Jornal critico de filosofia,” se destacam dois artigos: Relações entre o ceticismo e a filosofia; e Fé e saber.
Outras obras publicadas pelos seus alunos, além da já mencionada Enciclopédia (de 1840-1845), foram: Aulas sobre a filosofia da história; Estética; Aulas de filosofia da religião; e Aulas sobre a história da filosofia.
Rovighi (1999, p.695) nos lembra que Hegel “habilitou-se” para o ensino universitário com uma tese, publicada no jornal citado acima, chamada “De orbitis planetarum” onde exalta Kepler e combate Newton, recriminando-o por ter Matematizado a Física, por ter dado caráter físico a grandezas puramente matemáticas. Lembramos que a matematização da física, na modernidade, começa com Galileu Galilei.
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Abraços do Benito Pepe
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obrigado pela compreensão.
Até meu próximo trabalho.
Olá Ellen, obrigado pelo depoimento, mas não volte aqui só no próximo trabalho não tá bom? Venha sempre, leia todos os artigos que quiser e quando você tiver que fazer uma consulta já estará “mais estudada”, ok?
Abraços do Benito Pepe
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Olá Daniara, obrigado pelo depoimento. Espero que tire 10 no seu trabalho…
Abraços, Benito Pepe