A descoberta de novos continentes, a visão antropocêntrica do mundo, a invenção da bússola e da imprensa, a afirmação dos estados nacionais e a difusão de variadas formas artísticas inspiradas no mundo greco-latino definiram a configuração do Renascimento, um brilhante período da cultura européia que se seguiu à Idade Média. Seguimos com o Renascimento uma Visão Geral…
Como Renascimento designa-se o poderoso movimento artístico e literário que surgiu na Itália dos séculos XV (Quattrocento) e XVI (Cinquencento), irradiando-se depois para a Europa ao norte dos Alpes, promovendo em toda parte um pronunciado florescimento da arquitetura, escultura, pintura e das artes decorativas, da literatura e da música e um novo enfoque da política. Embora hoje também se fale, metaforicamente, em renascenças na história da civilização egípcia antiga ou da chinesa, trata-se na verdade de um fenômeno específico da civilização européia moderna que, malgrado o intervalo da Idade Média, nunca esqueceu suas bases na civilização greco-romana da antiguidade, da civilização “clássica”.
Renascimento uma Visão Geral
Considerado a princípio por eruditos e historiadores como um ressurgimento da cultura clássica depois de um amplo declínio medieval, mais tarde o termo adquiriu também uma série de conotações políticas, econômicas e até religiosas. Embora, de modo geral, o movimento tenha sido considerado como de total oposição ao período medieval, alguns historiadores tendem a ver o Renascimento mais como um processo evolutivo do que uma ruptura profunda, pois diversas manifestações renascentistas foram identificadas já no início do século XII. Entre esses prenúncios destacaram-se a redução da influência da Igreja Católica e do Sacro Império Romano-germânico, o surgimento das cidades-estados, o desenvolvimento das línguas nacionais e o início do desmoronamento das estruturas feudais.
Historiografia
Foi Jules Michelet quem, no século XIX, incorporou em definitivo a expressão Renascimento à terminologia histórica. Entretanto, a idéia de um renascer cultural encontra-se nos próprios humanistas dos séculos XII, XIV e XVI, que a definem enfaticamente. Em oposição ao que consideram ser as trevas medievais, exaltam os novos tempos, em que ressurgem as letras e as artes. Petrarca orgulha-se de haver feito renascer os estudos clássicos, esquecidos por muitos séculos. Bocaccio atribui a Dante o ressurgimento da poesia e a Giotto, o renascer da pintura. Lorenzo Valla, em Elegantiae lingua latinae (1471; Elegâncias do latim), proclama que “a pintura, a escultura e a arquitetura, depois de prolongada e profunda degeneração, em que chegaram quase a morrer com a própria cultura, renascem e revivem agora”.
É, porém, com a obra do artista e historiador de arte Giorgio Vasari que o termo rinascita define a renovação artística dos séculos XIII a XIV, de Giotto a Michelangelo. Descreve Vasari “a vida, as obras, o talento artístico e as vicissitudes dos que fizeram ressuscitar as artes já envelhecidas”. E acrescenta: “Quem contemplou a história da arte em sua ascensão e em seu declínio compreenderá mais facilmente o sucesso de seu renascimento [della sua rinascita] e da perfeição a que tem chegado em nossos dias.”
Os primeiros passos na definição historiográfica do período registraram-se no século XVIII com o racionalismo, quando se formulou a antítese entre a Idade Média (caracterizada como um período que não se regia pela razão) e o Renascimento. Além disso, alguns homens de letras, como o francês Voltaire e o britânico Edward Gibbon, começaram a considerar a queda de Constantinopla, em 1453, como um fato de valor transcendental para o Ocidente, uma vez que tal acontecimento permitiu um conhecimento mais profundo da cultura greco-latina. Outro historiador britânico, William Roscoe, em seu livro The Life of Lorenzo de Medici (1795; A vida de Lourenço de Medici), demonstrou pela primeira vez o papel primordial exercido no início do século XVI por Florença, vista como a “nova Atenas”.
No século XIX sistematizaram-se os estudos sobre o Renascimento. Michelet estabeleceu, em L’Histoire de la Renaissance (1855; A História do Renascimento), a expressão para designar uma determinada época cultural e histórica. É característica, nessa fase, a total identificação de Renascimento e humanismo: este, tendo desenterrado os tesouros artísticos e literários da antiguidade greco-romana, é considerado a base do Renascimento, da criação das obras de arte novas pelo aproveitamento das lições gregas e romanas. Essa identificação ainda inspira a mais influente de todas as obras sobre o Renascimento, a de Jacob Burckhardt.
Contemporâneo de Michelet, o grande historiador Burckhardt escreveu Die Kultur der Renaissance in Italien (1860; A cultura do Renascimento na Itália), no qual considerou que a arte renascentista foi o ponto mais alto atingido pela produção cultural da Europa moderna, pois atingiu o meio-termo feliz entre o primitivismo ingênuo da Idade Média e a exaltação artificial do barroco. Pelo estudo do sereno equilíbrio dos gregos, os artistas do Renascimento teriam conseguido o mesmo equilíbrio entre realismo e idealismo: uma nova arte clássica.
Segundo Burckhardt, essa vitória não se limita à arquitetura, à escultura e à pintura. O Renascimento descobriu o mundo exterior, que a Idade Média cristã havia exorcizado.
Descobriu a beleza física do homem e da mulher. Descobriu, no centro desse mundo novo, o grande indivíduo. Homens como Leon Battista Alberti, Leonardo da Vinci e Michelangelo são gênios universais, grandes artistas, grandes poetas e grandes cientistas ao mesmo tempo. O Renascimento teria sido a mais “genial” de todas as épocas.
Tendo descoberto o mundo, o Renascimento também quis dominá-lo pela inteligência. Não dispondo ainda das ciências naturais e matemáticas, de Galileu e Descartes, pretendeu realizar sua ambiação pela magia, pelos estudos cabalísticos de Pico della Mirandola e pela astrologia, em que acreditava mais que na religião cristã. O ponto de vista estético dominava até a política: os “tiranos” como Giangaleazzo Visconti e Lourenço de Medici em Florença e o rei Ferrante em Nápoles transformaram seus estados em obras de arte, cientificamente administrados. Maquiavel escreveu-lhes a teoria.
No entanto, pelas façanhas desse individualismo, o Renascimento pagou um alto preço: a decadência moral. A Itália do século XVI afigura-se aos historiadores um país de criminosos inteligentíssimos. A autobiografia do ourives e escultor Benvenuto Cellini, um dos documentos mais característicos da época, descreve a vida de um homem genial e sem nenhum escrúpulo. O próprio Burckhardt, humanista pouco cristão, sente um calafrio ao falar de Maquiavel, e olha com horror fascinado os crimes de César Borgia. Posteriormente, no século XX, surgiram numerosos estudos sobre a arte do período, como os de Erwin Panofsky, André Chastel e Rudolf Wittkower.
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Abraços do Benito Pepe
Fonte: Enciclopédia Barsa
Vamos la professor! A revolução científica e literária que se deu durante o Renascimento foi chamada HUMANISMO. Os humanistas eram geralmente homens da Igraja ou professores protegidos por mecenas. Eram individualistas, isto é, davam maior importância ao valor e aos direitos de cada individuo do que à sociedade. muito cultos e grandes admiradoures da cultura antiga, viajavam a procura de nanuscritos que copiavam, corrigiam e comentavam. Para entende-los, aprenderam grego, hebraico e outras linguas antigas; expressavam-se no mais puro latim. Seus trabalhos trouxeram um desenvolvimento extraordinario à literatura de muitos países da Europa.
Os humanistas acreditavam no progresso e na capacidade humanas; tinham uma sede imensa de aprender tudo o que fosse possivel. Suas idéias tornaram-se conhecidas e aceitas graças à invenção da imprensa, que tornou mais facil a reprodução das obras literárias, (os livros podiam assim ser obtidos em quantidade muito maior do que até então, a preços mais acessiveis e com grande rapidez). O principal centro humanista foi a Italia, nos fins dos séculos XV. Os estudos começados por Dante,Petrarca e Boccaccio foram estimulados pela chegada de homens cultos vindos de Constantinopla, um dos principais centro culturais do Oriente , tomada pelos turcos em 1453. Fora da Itália, o maior humanista foi o Holandez Erasmo de Roterdam, que criticou a sociedade do seu tempo em ELOGIO DA LOUCURA. Na França o Humanismo triunfou graças a proteção de Francisco I fundador do Colégio de França, onde se ensinava grego, hebraico, filosófia matematica, Geografia e medicina. François Rabelais satirizou a filosofia Escolastica e a Igreja nas obras GARGANTUA e PANTAGRUEL. O cinismo de Michel Montaigne, em ENSAIOS, abalou os dogmas da fé. Na Inglaterra Siir Thomas Morus escreveu a UTOPIA, onde preconizou uma sociedade igualitária, criticando o capitalismo nascente. Sir Francis Bacon desenvolveu seu método da experimentação , NOVUM ORGANUM de grande importancia para o conhecimento cientifico. A produção humanista na literatura e no teatro foi fecunda.. Na Espanha, Miguel Cervantes em DOM QUIXOTE satirizou o feudalismo e os costumes da cavalaria medieval. A mesma critica e mais o fervor religioso aparecem em Lope de Vega, Tirso de Molina e Calderón de la Barca que produziram numerosas peças de teatro. Em Portugal sobressairam-se Gil Vicente no teatro e Luis Vaz de Camões na epopeia.. Mas William Shakespeare, na Inglaterra, foi representante máximo da criação artistica no teatro; escreveu mais de 40 peças e alguma de suas obras são representadas até hoje, como ROMEU E JULIETA, HANLET, MACBETH, KING LEAR, JULIO CESAR e outros.
Ok amigo Dias, obrigado pela contribuição e acréscimos muito bem vindos.
Abraços do Benito Pepe
eu ache muito educacional este texto e eu aprendi varias coisas sobre o renascimento
Valeu Sabrina, obrigado por teu depoimento.
Abraços do Benito Pepe