Enviado por José Maria dias. Este tema O Dilema Gerencial nas Indústrias em décadas passadas, será brevemente abordado.
O texto que segue foi enviado pelo amigo José Maria Dias, baseado em um livro antigo (vide fonte no fim deste texto) e que nos propicia uma reflexão: Como era visto o sistema gerencial nas instituições industriais há algumas décadas atrás?
O leitor notará que alguns aspectos de linguagem e de práticas administrativas estão ultrapassados, mas se verifica alguns pontos que continuam nas práticas contemporâneas. Sem dúvidas um dos aspectos mais importantes é o reconhecimento de que sem as pessoas não há organização. Boa reflexão! E deixe seu comentário…
Para se ter uma visão completa do dilema da administração, é necessário examinar primeiro o que está sendo administrado. Visto que a administração está encerrada em um sistema organizacional, a nossa atenção deve primeiramente voltar-se para a explicação do que é uma organização. Só então será possível concentrarmo-nos sobre o exame dos problemas e possibilidades envolvidos na tarefa de aumentar a competência para administrá-la. As organizações possuem diversas características aparentemente de cunho universal. Elas estão presentes de alguma forma e, num determinado grau, independentemente do produto ou da linha de produção que a organização possua.
A administração eficaz destes aspectos universais é a condição para uma produção eficiente na organização como um todo.
A primeira característica universal é: OBJETIVO. Tente imaginar uma organização sem objetivos. Você seria capaz de imaginar uma organização sem objetivo?
Todos aqueles que têm tentado imaginar uma organização sem objetivos têm falhado. Porém, nem sempre é fácil identificar qual é o objetivo da organização. Além do mais, o objetivo segundo o qual uma organização foi estruturada pode ser ou não visto como sendo o mesmo das pessoas que a elegem ou elegeram como ambiente profissional.
Muito frequentemente os objetivos dos indivíduos e o(s) da organização não são compatíveis, podendo ser até mesmo contraditórios. Apesar de ser possível especificar mais ou menos os objetivos das organizações educacionais, governamentais, hospitalares, militares, políticas, religiosas e familiares, é bem mais fácil descrever o objetivo de uma organização industrial. Aqui o objetivo organizacional é visto em termos de lucro (Mesmo o objetivo do governo de prestar serviços, que não tem a imagem do lucro claramente explícita, pode ser avaliada em termos de gastos mínimos). A possibilidade de se aplicar a relação Lucro/Perdas na avaliação do esforço humano não é muito usual, particularmente nas chamadas “organizações prestadoras de serviços”. Entretanto, apesar de as análises do tipo Lucro/Perdas nem sempre serem encontradas nas instituições de serviços, as metas organizacionais são coerentes com a busca do lucro. Portanto, para a discussão desta matéria, o equivalente a lucro, isto é, a produção de bens e serviços será considerada como uma meta de produção das organizações industriais e governamentais, em outras palavras, aquelas atividades nas quais as pessoas se engajam visando atingir os objetivos organizacionais.
Por enquanto, então a produção, podendo ser aceita como uma indicação dos objetivos organizacionais será vista como uma das características universais das organizações.
PESSOAS: Outra característica das organizações: são as pessoas. Não existe o conceito de organização se não existirem pessoas. Pode-se dizer que seria desejável eliminá-las. Certamente, em algumas situações parece ser extremamente inteligente substituir as pessoas por procedimentos tecnológicos e processos automatizados, evitando assim desperdício de energia humana na realização de trabalhos que o sistema mecânico poderia realizar tão bem ou até melhor. Mas se fosse possível estruturar um sistema sem pessoas, provavelmente a palavra “organização” não seria utilizada para descrevê-lo. Outra linguagem está sendo desenvolvida para representar as operações mecânicas de produção que podem ser dirigidas por uma só pessoa. A frase “fabrica automática” define um conjunto de operações onde a organização, no sentido que nós lhe atribuímos, foi eliminada. Portanto, o conceito de organização não pode ser entendido sem a existência de pessoas, e ela não pode existir numa circunstância em que uma só pessoa age sozinha. Para se ter organização é necessário a presença de várias pessoas.
A condição para se obter o que chamamos de “organização” é a existência de mais de uma pessoa procurando obter um determinado resultado como, por exemplo, a produção.
HIERARQUIA: A hierarquia é um terceiro atributo. Algumas pessoas exercem cargos de comando. Outras estão subordinadas a elas. Algumas têm maior responsabilidade para resolver problemas do que outras. Esta é a dimensão da hierarquia.
Abraços do Benito Pepe
Fonte: BLAKE & MOUTON. “O GRID GERENCIAL” – Biblioteca pioneira de administração e negócios.
Meu camarada! ( estou satisfeito pela resposto quanto ao universo). Vamos falar agora sobre a Capacidade Gerencial nas escalas, 1.1 5.5 1.9 e 9.9.
Um dos maiores desafios refere-se ao problema do desenvolvimento de uma capacidade gerencial mais significativa e mais eficaz. A meta é equacionar problemas humanos ligados à produção na fonte de origem — dentre aqueles que trabalham juntos — independetemente de nível. Se isto é conseguido fica assegurada uma vitalidade contínua de base, porque as pessoas são senhoras de seus destinos. Elas se setem orgulhosas dos resultados obtidos pelo seu próprio esforço. É a melhor maneira de se conservar a longo prazo o direito à autonomia de ação. Todo gerente tem sobre seus ombros a responsabilidade de equacionar os problemas ligados a como atingir o maximo de resultados mediante a utilização produtiva dos recursos humanos. A questão fundamental é: ” qual a maneira de se conseguir isto?” A idéia de que o gerente qualificado administra máquinas, equipamentos e materias, sem nenhuma preocupação com as pessoas, é vista cada dia mais como sendo uma conceituação bastante restrita de sua tarefa, seja qual for a sua posição na escala hierárquica da organização. Mesmo aquele que vê o administrador dirigindo as pessoas mediante processos de comunicação sadia e motivação, deixando, assim, que o sistema físico de produção se processe por si mesmo, é, tambem, uma visão limitada das caracteristicas necessária a uma boa administração para que ela possa equacionar competentemente os problemas da organização. A descrição mais válida é a que define o administrador como sendo aquele que desenvolve e mantém ” uma cultura ” que promove o trabalho. Para que isto seja alcançado, torna-se necessário ultrapassar o conceito de supervisão orientadaq para aspecto puramente mecânicos ou orientada apenas para o lado humano, enfatizando a motivação e a comunicação. Uma administração madura requer uma perfeita conscientização e uma capacidade ímpar com o complexo global das forças que formam a cultura do trabalho de uma organizaçãos industrial. Finalmente, podemos dizer que “cultura ” determina o grau de eficácia atingido realmente pela organização. Portanto, a tarefa de um gerente é desenvolver uma cultura que 1) promova e mantenha um desempenho eficiente em termos de alta qualidade e quantidade; 2) favoreça e utilize a criatividade; 3) estimule o entusiasmo para a realização, a experimentação, a inovação e a mudança; 4) perceba as situações que envolvem interaçôes como uma oportunidade para aprendizagem;5) procure e encontre novos desafios. Uma capacidade gerencial dêste porte pode ser ensinada e pode ser aprendida. Grandes investidas tem sido feitas no sentido do desenvolvimento de uma genuína competência organizacional. Todavia existem alguns passos fundamentais que podem ser dados em direção a excelência organizacional e já se nota que algumas empresas já estão adotando. Eles tem como base os conhecimentos que as ciências do comportamento nos vem proporcionando.
GRID GERENCIAL 1.1
Um administrador que adota uma orientação 1.1 exerce um mínimo de influência nos seus contatos com outras pessoas. Demonstra pouca preocupação com a produção ou com as pessoas. Numa posição de supervisão, ele tende a ser visto como um mensageiro que comonica as ordens do nível superior para o inferior. O supervisor é um “especialista” em transferir as conseqüências das falhas de tal maneira que ele sempre se exime de qualquer responsabilidade. Além disso ele raramente critica espontneamente. Sua crítica é estritamente orientada para sua auto defesa. As únicas coisas que ele deseja são: ter o mínimo de dedicação aos objetivos da organização e aos individuos que a compôem. A orientação adotada pelo estilo 1.1 quanto à supervisão, é de transmitir as mensagens com o mínimo de contato. Mediante um contato mínimo e sem se envolver o 1.1 produz a necessidade de se adotarem novas medidas que poderiam aumentar suas responsabilidades gerenciais. Quanto menos ele entrar em contato com seu superior melhor será. Os subordinados ou os membros de outros grupos são deixados à sua própria sorte, mesmo quando necessária alguma medida de sua parte. Estar presente, porém ausente na realidade, é a forma de acomodação encontrada por um 1.1.
GRID GERENCIAL 5.5 ( CONTINUA NO COMENTARIO ABAIXO)
GRID GERENCIAL 5.5 (CONTINUAÇÃO)
A dimensão relativa às pessoas é tão importante quanto à relativa à produção para a posição 5.5. Um 5.5 procura manter um equilibri entre as duas. Um pressuposto básico par um 5.5 é o de que as pessoas trabalhrão ativamente e farão o que lhes for dito, se as razões para tal lhes forem apresentadas. Portanto o 5.5 se comunica livremente com seus subordinados. Ambos os sistemas formal e o informal são utilizados com próposito de manter as pessoas a par da situação. Entretanto deve-se se comunicar o suficiente para que as pessoas tenham um conhecimento geral do que está se passando. Se lhes é dito mais do que o necessário, provalvemente resistirão quando for necessário mudar ou modificar os planos ou as decisoes que já são do seu conhecimento. Deve-se mostrar bastante preocupação ao n´vel das pessoas de modo a se atingir uma produção adequada. Isto pode ser verificado no tratamento 5.5 ao desenvolvimento gerencial, ás comunicações, ás avaliações de desempenho e no uso de reuniões. As reuniões visam dar oportunidade ás pessoas ouvir sugestões e demostrar que elas são úteis na tomada decisões. Um outro aspecto do 5.5 diz respeito ao sistema informal. O 5.5 não só manipula a estrutura e observa como as coisas são feitas, mas utiliza-se ativamente do sistema informal para alcançar os propósitos organizacionais. Eis um exemplo. Se um proc3edimento informal específico, um método ou uma técnica emerge de um sistema informal e demonstra ser uma boa medida organizacional, o 5.5 procura formalizá-la atrvés de uma diretriz ou norma, de maneira a torna-la parte das operações formais. A orientação administrativa 5.5 está parcialmente para ambos os aspectos de supervisão: produção e pessoas. A abordagem da ” cenoura e do chicote ” é a chave da supervisão na qual o elemento 9.1 de orientação ao trabalho é temperado com uma consideração realistica de que o atrito entre as pessoas custa tanto a produção quanto custaria uma precaria manutenção de máquinas. Ao invés de uma integração, entretanto, procura-se desenvolver dois sistemas de conpensação– um formal e outro informal– que mostra como o trabalho é realmente realizado, e quem de fato tem poder e influência. A energia canalizada para a realização do trabalho tende a ser drenada na medida em que é utilizada para manter ambos os sistemas de harmonia.
Olá meu camarada, espero ter feito um comentário mais ou menos, dentro daquilo que entendí na fonte, só que, está bastante resumido. E um FELIZ NATAL E PROPERO ANO NOVO. Do seu amigo Dias
Valeu meu camarada Dias, essa foi uma ótima dica para os estudantes da matéria.
A propósito caro amigo leitor, estudante ou não, esteja à vontade para deixar seu complemento ao texto postado pelo Dias.
Abraços do Benito Pepe