Tanto na vida empresarial, como em nossa vida privada ou particular, nós ganhamos somente aquilo que não gastamos. Isso mesmo você só ganha aquilo que você não gasta. E quando me refiro àquilo que não gastamos, estou dizendo: gastos muitas vezes desnecessários. Gastos são despesas que não nos dão retorno… É diferente dos investimentos ou das despesas normais com manutenção de nossa empresa ou nossa vida privada.
Este texto é uma homenagem ao meu irmão Luis Claudio, autor desta frase: “Você ganha aquilo que você não gasta”, ou como ele normalmente fala: “Você ganha o que não gasta.”
Eu conheço muita gente que vive uma vida feliz, recebe o que muitas pessoas diriam ser uma renda miserável e mesmo assim ganham mais que muita gente “rica”. Como isso é possível? Simples! Essas pessoas não gastam mais do que recebem, vivem uma vida ponderada, equilibrada, conseguem viver o seu padrão de vida real e efetivamente ganham tudo aquilo que não gastam. Dessa maneira economizam um dinheiro suficiente para ter sua casa própria, para fazer uma viagem, para comprar seu carro, seus bens materiais e até mesmo seu sossego espiritual através da tranqüilidade de uma vida ajuizada e sem dívidas maiores que sua realidade. Satisfazem suas necessidades não exageram em seus desejos…
Por outro lado há aqueles que recebem muito dinheiro, tanto que se perdem no seu real status social, recebem para estar em uma determinada classe social, mas por estarem perdidos ou por serem soberbos vivem acima de sua realidade piramidal, recebem muito, muito mesmo, no entanto gastam muito mais ainda, não sobra nada… Pelo contrário, devem muito e estão sempre endividados. Seu patrimônio é de “X” mas devem 2, 3, “4X” e até mais vezes esse “X”.
Quando falamos em Gestão Empresarial é exatamente a mesma coisa que ocorre. Há muita máquina pesada sendo carregada por um fusquinha. O problema aparece quando o fusquinha quebra, ou seja, quando há alguma mudança repentina no mercado e aí sim as empresas sentem as suas cargas, aí é necessário demissões, mudar a política administrativa, as estratégias, etc. Isso quando a empresa não quebra antes…
Vou dar alguns exemplos bem simples, práticos e reais. Começo com dois exemplos de pessoa física, depois com exemplos de Pessoa jurídica, ou seja, com empresas.
Conheço uma Senhora que fazia faxinas nas casas de diversas pessoas, recebia um dinheiro relativamente pequeno, não tinha direitos trabalhistas como FGTS, 13º salário, etc., mas como ela estava preocupada com o seu futuro, pagava regularmente o seu GPS (antigo INPS), esta mulher conseguiu formar seus três filhos até a universidade, pagava o aluguel do seu apartamento e todas as demais despesas, no entanto ela não gastava mais do que recebia, assim conseguia uma sobra, ou seja, “ganhava tudo o que não gastava”. Esses ganhos eram poupados até que esta senhora conseguiu comprar sua casa própria e conseguiu se aposentar recebendo uma renda razoável compatível com o que recebia em suas faxinas, a vantagem hoje em sua velhice é que ela não precisa pagar aluguel e nem tem as demais despesas que tinha outrora, portanto vive uma vida equilibrada financeiramente e feliz.
Vou contar agora um caso oposto ao desta senhora. É o caso de outra pessoa que sempre teve um alto padrão de vida, recebeu muito dinheiro, viajou por todo o mundo, foi uma artista famosa, mas gastava muito mais do que recebia, era a verdadeira desmedida em pessoa. Hoje ela vive na casa dos artistas, quase como indigente, sem amigos, sem família e em uma vida triste e quase miserável…
Vamos para os exemplos das empresas.:
Há muitas empresas que aparentam uma vida saudável, têm um grande número de pessoal, um valor imenso em estoque e vendem muito. Bem, quem olha este cenário: Muito Estoque, Muito Pessoal, Vende Muito; logo pensa: “esta é uma empresa rica”, certo? Errado, muitas vezes e são muitas mesmo, há empresas que apresentam um “alto padrão”, no entanto ocorrerá o mesmo que se passou com a artista acima, e este exemplo da artista é interessante, pois há muitas empresas que são verdadeiras “artistas” atuam muito bem para o público, mas tudo o que fazem é um “belo espetáculo” é só um show…
Essas empresas “artistas” aparentam uma coisa, mas vivem outra realidade nos bastidores. Elas recebem muito, muito mesmo, mas gastam muito mais do que recebem. Têm um estoque “maravilhoso” de “X” mas devem quatro vezes ou mais vezes o que têm em patrimônio (o seu passivo é muito maior do que o seu ativo). “Comem sardinha e arrotam caviar”.
Estas empresas não têm um patrimônio seguro, não tem sede própria ou até têm, mas devem todo o valor ou mais vezes o valor deste patrimônio. O mesmo ocorre com o estoque e etc. Em outras palavras, elas recebem muito, mas gastam muito mais do que recebem, são empresas de fachada. Verdadeiros cenários teatral.
Por outro lado há empresas que não aparentam muito, não tem um grande número de funcionários, nem estoque chamativo e extraordinário, mas devem menos do que possuem. O seu ativo é maior do que o seu passivo. Vivem o padrão real de sua história, estão dentro de sua “classe social” “comem sardinha e arrotam sardinha”. Estas empresas recebem pouco, mas gastam menos do que recebem, as suas despesas são menores que suas receitas e, portanto ganham o que não gastam, podem fazer um patrimônio líquido positivo. Possuem patrimônios sem dívidas.
Em suma querido amigo: “você ganha aquilo que você não gasta”
Abraços do Benito Pepe
GOSTEI DA INTERPRETAÇÃO POIS TRAB. NO MERCADO DE VEÍCULOS E NESSE MEIO ACONTECE MUITO MESMO ESSA REALIDADE .
SÓ QUE EMBORA OS LOJISTAS VENDAM E E REPONHAM A SUAS MERCADORIAS ELES SOFREM COM A QUEDA DO MERCADO .
MAS ESSA REALIDADE NÃO VAI MUDAR ENQUANTO O BRASILEIRO NÃO TIRAR AQUELA FRASE DA CABEÇA .
” SE O BRASIL DEVE POR QUE É QUE EU NÃO POSSO DEVER UM POUCO TAMBÉM ? ”
ABRAÇO.
È isso aí Fernando, obrigado pelo comentário, esteja à vontade para ler e comentar outros textos meus. Bem vindo!!
Abraços do Benito Pepe
Muito bom. Penso que dívidas e gastos desnecessários são uma herança do condicionamento social. Se meus pais compram demais, eu também posso. Se eles devem um pouco a mais, também eu irei conseguir. Isto me lembra aquela música do Zeca pagodinho: “Deixa a vida me levar, vida leva eu…”. E assim vai se perpetuando aquela velha opinião formada sobre tudo.
Olá Victor Gusmão, obrigado pelo comentário. Interessante teu lembrete dos poetas Zeca Pagodinho e o saudoso Raul Seixas (e Paulo Coelho, que eram parceiros em muitas músicas). “aquela velha opinião formada sobre tudo…”
Abraços do Benito Pepe
Adorei a clareza de suas palavras.
Às vezes as coisas são tão óbvias e não conseguimos ver, entender.
Vou pensar muito sobre o que disse.
Gostei.
Abraço,
Yvana