Construindo Pontes ao invés de Muros
Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um rio, iam se visitar todos os dias à noitinha. As duas fazendas ficavam bem de frente uma a outra, eles podiam se ver, mas a distância não permitia um diálogo a não ser com o esforço de uma caminhada. Cada dia um deles caminha por longo tempo até chegar a uma ponte distante, atravessa-la e caminhar mais um tempo até encontrar-se com o outro irmão em sua fazenda.
Ao se encontrarem diariamente à noitinha conversavam muito e depois aquele que foi ao encontro do outro voltava para a sua casa, eles se amavam muito e faziam isso todos os dias.
Um dia tudo mudou …
Mas um dia tudo mudou. Entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado a lado. Mas agora tudo havia mudado. O que começou com um pequeno mal entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por muito e muito tempo de total silêncio. Eles podiam se ver do outro lado do rio, mas um virava a cara pro outro quando isso ocorria.
A chegada de um Carpinteiro …
Numa certa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta.
– Estou procurando trabalho, disse um homem com aspecto de carpinteiro. Talvez o senhor tenha algum serviço para mim.
– Sim, disse o fazendeiro. Claro! Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho. Na realidade é do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois use para construir uma cerca bem alta, assim eu não o verei mais…
– Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão os materiais.
O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade.
O homem ficou ali cortando, medindo, trabalhando o dia inteiro.
Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez de cerca, uma linda ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho.
Era um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou:
– Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo que lhe contei.
Mas as surpresas não pararam ai. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se aproximando de braços abertos. Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio.
O irmão mais novo então falou:
– Você realmente foi muito amigo construindo esta ponte mesmo depois do que eu lhe disse.
De repente, num só impulso, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte. O carpinteiro que fez o trabalho partiu com sua caixa de ferramentas.
– Espere, fique conosco! Tenho outros trabalhos para você, e você poderá morar aqui por quanto tempo quiser até por toda sua Vida, pois eu estava separado do meu irmão, sem Vida e você nos proporcionou nossas Vidas de Volta.
E o carpinteiro respondeu:
– Eu gostaria muito, mas tenho outras Pontes a Construir, e outras Vidas a Restaurar…
Podemos refletir com esta fábula e questionarmo-nos: Qual é o nosso Papel na “Sociedade” em que estamos inseridos? Procuramos construir pontes ou muros? E Então é melhor ficarmos Construindo Pontes ao invés de Muros, não é mesmo? Você já viu situação similar? O que você nos diz, deixe seu comentário.
Abraços, Benito Pepe
Assista a um Vídeo com esse tema apresentado por mim em uma palestra.
Meu caro amigo Benito! A fabula acima fala de dois irmãos, um jovem e outro mais velho, de uma cerca e uma ponte; e de um construtor.
Eu liguei o fato ao que ocorre justamente com o mundo Jovem dos nossos tempos. Para mim tudo teve seu começo por volta dos anos 60 quando a própria humanidade criou uma cerca sem precedente entre as populações mais jovens e os mais idosos, intitulando-os de JUVENTUDE TRANSVIADA. Começava ali uma cerca de descriminação com os mais jovens. Infelizmente hoje chegamos a um patamar, que é quase impossível ser criada uma “PONTE” para conter a desenfreada evolução da violência da nossa juventude. Perverter o jovem é um dos maiores lucros financeiro dos mais idosos, principalmente quando se trata de valores do vil metal. É bem fácil verificar o número de vidas jovens que são ceifadas não somente pelas guerras internacionais, mas também pelas violência urbanas de nossas cidades. Transformaram nossa juventude em verdadeiros monstros sanguinários, não pela vontade própria de cada um, mas sim por interesses escusos dos mais idosos, e o pior é que as autoridades constituídas a tudo assistem de braços cruzados, como se não fossem eles os principais responsáveis por esta devastação humana de pessoas jovens. Mas uma coisa é certa, quando o Carpinteiro chegar com sua caixa de ferramenta, todas as cercas cairão, e muitas pontes serão construídas e os irmãos voltarão a serem unidos. Pois o carpinteiro nos ensinou: Faça aos outros o que gosta que os outros façam a você. O grande filósofo que proferiu este ensinamento. JESUS, sabia o que estava dizendo. Um abraço do Amigo J.M.dias
Valeu grande JM Dias! Seja bem vindo de volta com seus sábios e saborosos comentários!
Abraços, Benito Pepe
Benito, muito interessante e reveladora de uma grande realidade: a falta de entendimento, de diálogo, entre as pessoas. A fábula revela tudo isso. Meus parabéns.
Obrigado Leônidas!
Abraços, Benito Pepe
Olá Benito!!!
Amei mesmo, até me emocionei. Olha só: vou encaminhar para o pessoal do MKT para colocar no próximo jornalzinho.
Obrigada.