Em meio a tantas notícias e informações, em grande parte desagradáveis, pouco destaque é dado a notícias que nos devem encher de orgulho e alegria, por exemplo o primeiro satélite produzido totalmente pelo Brasil está girando em torno da terra, sim! O Satélite brasileiro Amazônia 1 foi lançado da Índia neste domingo dia 28 de fevereiro de 2021 e é obra inteiramente do Brasil.
Com isso o Brasil faz parte agora de um grupo de poucos países que são capazes de desenvolver seu próprio satélite, no momento são apenas 20 nações que podem fazer isso entre um total de 193 a 206 países que são reconhecidos no planeta como nações.
Objetivo do Amazônia 1
O objetivo principal deste satélite brasileiro será o de monitorar a Amazônia, observando e monitorando o desmatamento, principalmente, como disse, da região amazônica, mas também fará uma varredura da região costeira do mar, além de monitorar nossa diversificada agricultura, reservatórios de água e terá outros objetivos a mais. Pelo motivo principal o seu nome só poderia ser: Amazônia-1.
Interessante que o foguete PSLV-C51 que partiu de base da Índia levou um total de 18 satélites além do brasileiro, o que barateia o custo de transporte, volto a este assunto no final do texto.
Onde fica este Satélite brasileiro?
O nosso satélite permanecerá a 750 km, em média, acima do nível da superfície terrestre e deverá viajar a uma velocidade próxima de 27.000 km por hora, como ocorre com os objetos que ficam em órbita, esta é a velocidade necessária para se manter em órbita da terra, se diminuir muito a velocidade cairia e se aumentar a velocidade sairia da órbita em direção ao espaço. A órbita que o nosso satélite Amazônia-1 segue é entre os polos norte e sul para poder cobrir o comprimento do brasil.
Nossa viagem entorno da Terra leva 100 minutinhos, ou seja, a cada 1 hora e 40 minutos daremos uma volta no planeta azul e podemos tirar fotos a cada 5 dias de qualquer ponto do planeta e do território brasileiro especificamente a cada 2 ou 3 dias, faremos uma órbita síncrona com a do sol, ou seja, passaremos no mesmo ponto terrestre na mesma hora solar, com isso o satélite brasileiro passa todos os dias na mesma hora em certa região. Assim ele pode transmitir os dados coletados para as antenas fixas na terra que neste caso são: uma em Cuiabá (MT), a outra em Alcântara (MA) e a terceira em Cachoeira Paulista (SP).
Não vamos parar por aí, teremos novidades
A Agência Espacial Brasileira (AEB), certamente está em festa e comemorando este lançamento bem sucedido, a missão Amazônia-1 iniciou em 2008, mas não para por aí prevê também o lançamento de outros dois satélites: o Amazônia-1B e o Amazônia-2.
Além disso, como disse, entramos em um grupo especial de países capazes de fabricar um satélite desta magnitude e agora já temos o processo e os procedimentos e condições de fazer muito mais.
“Essa competência global em engenharia de sistemas e em gerenciamento de projetos coloca o país em um novo patamar científico e tecnológico para missões espaciais. A partir do lançamento do satélite Amazônia 1 e da validação em voo da PMM (Plataforma Multimissão), o Brasil terá dominado o ciclo de vida de fabricação de sistemas espaciais para satélites estabilizados em três eixos”, informa o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
E Por que não lançamos nosso satélite brasileiro do Brasil?
Muitos podem estar fazendo a pergunta: Por que não lançamos o nosso primeiro satélite totalmente brasileiro de nossa base também brasileira: a Base de Alcântara no Maranhão?
Em primeiro lugar não temos um foguete do nível capaz de transportar um satélite de tal magnitude, além disso a nossa base não tem a capacidade de receber um foguete tão grande para efetuar um lançamento de algo tão pesado como os 640 KG que tem este nosso satélite e ainda tem outro detalhe a mais, como eu disse acima, o foguete indiano levou outros objetos para a órbita terrestre o que barateia o custo para todos que o utilizaram.
Algumas Considerações finais
Para finalizar precisamos enfatizar o fato de estarmos indo, embora que aos poucos e com tantos empecilhos em todos os sentidos, ou seja, aos “trancos e barrancos”, estamos entrando em um mundo seleto e especial.
Sempre admirei e me orgulho de termos uma empresa que fabrica aviões que servem ao Brasil e são vendidos a diversos países pelo mundo a fora, a nossa Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) que já é um conglomerado transnacional brasileiro, fabricante de aviões comerciais, executivos, agrícolas e militares, peças aeroespaciais, serviços e suportes.
E agora entramos também em um Novo Nível…
Abraço, Benito Pepe
Caso interesse em outros textos sobre Astronomia e relacionados você poderá encontra-lo em meu site/blog, boa leitura.
Principais fontes deste artigo:
Olá, eu acredito que podemos ter sucesso sim nesta nova empreitada, o Brasil pode fazer coisas grandiosas, temos gente capaz. Mas como Benito Pepe disse, será aos “Trancos e barrancos” mesmo… pois as dificuldades são muitas no país.
Att Carlos Santos
Olá Carlos Santos, é isso mesmo! Entramos em um outro patamar e vamos sim aos poucos nos aperfeiçoando, interessante que o Brasil é bom em coisas grandiosas.
Abraço, Benito Pepe
Isto de fato é um grande marco para o Brasil.
Avançamos muito com isso, e acredito que agora a tendência é aumentar, digo em nossa infraestrutura, tecnologia e esperamos que tenhamos grandes avanços na ciência também. Estou muito motivado para ver os próximos capítulos dessa empreitada do Brasil no espaço. Espero que o nome do satélite apareça em breve nos aplicativos de astronomia para que passamos ter uma visão de nosso satélite!
Grande abraço professor Benito! Ótimo texto!
Grande Pablo Vinícius! Seus comentários sempre engrandecem e trazem novas reflexões, muito bom! Desta vez você trouxe este lembrete sobre a possibilidade de vermos as imagens do satélite, não sei ainda se teremos uma aplicativo, como acontece por exemplo com a estação espacial internacional (EEI – em inglês: International Space Station) seria muito bom podermos ver as imagens do nosso satélite, mas acho que isso não será possível, vamos acompanhar…
Abraço, Benito Pepe