uma boneca acima de um Celular, Ser x Aparecer

Ser x Aparecer

Há uns dias eu estive em um retiro espiritual e dentre as diversas e maravilhosas pregações que pude ouvir e viver teve uma que me chamou uma atenção especial. Falava exatamente desse tema: Ser x Aparecer.  Esta é sem dúvida uma das problemáticas do mundo atual em que as pessoas estão mais preocupadas em Aparecer do que em Ser, e o maior problema não está somente em “querer aparecer”, mas sim na Servidão do Aparecer.

Infelizmente há muita gente nessa ilusão, vivem pensando como se estivessem em uma realidade, no entanto o que vivem é como que uma Miragem, em outras palavras, vivem uma mentira, algo que não passa de sombras, miragens que somem… quanto a essa reflexão você pode ler este texto: A Alegoria da Caverna de Platão.

A vida é uma Disneylândia?

Há quem pense que a Vida é uma Disneylândia. Pensam que a vida no trabalho e financeira, a vida familiar, com os amigos e mesmo a vida espiritual é só alegria, claro que não é isso. Até mesmo o lazer, uma viagem, umas férias, precisam ser vividas com moderação, com alguma direção, com alguma métrica, com meditação. Quanto mais quando se fala na Vida Espiritual, não é só mar de rosas, muito pelo contrário, muitas vezes é uma “guerra”, como também as são todas as etapas e tarefas de nossa vida, por isso precisamos de “nossas armaduras”, o que nos faz lembrar da “armadura do cristão” narrada por Paulo em Efésios, 6.

O fato é que, de vez em quando, tudo bem pensarmos na letra da música: “deixa a Vida me levar, vida leva eu…” porém isso não pode ser uma constante em nossa vida. Muita gente vive todos os passos de sua vida e os seus momentos, como se fossem uma maravilha de um lindo e imenso parque de diversões, mas essa não é a verdade, é uma Ilusão é só um Aparecer sem a Verdade de Ser, nos lembra portanto o contraste: Ser x Aparecer.

O Ser é intenso, é verdadeiro, é um diálogo consigo mesmo e com Deus. É uma intimidade que também pode ser vivida “sozinho” com nosso espírito e com o Espírito de Jesus. Então na verdade não estamos sozinhos. Ao contrário, o Aparecer é solitário, é uma ilusão, uma miragem, este sim é estar sozinho. Vamos pensar um pouco sobre isso…

Precisamos Compartilhar tudo?

Quando necessitamos, por exemplo, compartilhar tudo o que fazemos, tirar fotos e mais fotos e pequenos vídeos para serem compartilhados, publicados, e os quais em sua maioria são ilusórios, fantasiosos, uma Miragem que vai sumir. Isso se dá porque, ainda que pareça que estejamos acompanhados, na verdade estamos sozinhos e nos sentimos no desejo de mostrar, de “parecer” que não estamos sozinhos, e que  sejamos vistos “felizes”, dançando, tomando um sorvete, um vinho, um chope, um belo almoço ou jantar etc.

Na verdade, quando estamos bem felizes e nos sentimos assim, podemos fotografar sim este momento mas não é para publicar nas redes sociais de imediato, podemos guarda esta lembrança, como fazíamos nos velhos tempos em que não existiam as redes sociais, guardávamos uma recordação e sim as mostrávamos em momentos oportunos, e em momentos de compartilhamento social e presencial em que todos estavam na mesma sintonia. Não como se faz hoje em dia… muitos as recebem em contextos totalmente diversos e adversos… não estando, muitas das vezes, na mesma sintonia.

A necessidade, ou melhor, o desejo de aparecer surge exatamente porque nos sentimos como que se estivéssemos invisíveis ou que estamos sozinhos, e de fato estamos assim. Queremos Aparecer e esquecemos de Ser. Essa é a Servidão do Aparecer, somos escravos de um mundo que vive em uma ilusão, como disse antes, uma Miragem que logo vai sumir.

Viver o Presente Sem se preocupar em Aparecer

Há quem esqueça até mesmo de viver o momento que está vivendo e fica só pensando em compartilhar, compartilhar, fotografar e fotografar, e já pensando no momento que ainda vai viver, será? Será que vai viver? A Vida pode e deve ser intensa, mas não em “aparências” mentirosas e sim em uma realidade verdadeira. Essa passagem pode até parecer tênue, e às vezes até é, no entanto quando estamos profundamente envolvidos em algo, em alguma atividade como estudo, oração, trabalho, ou seja lá a atribuição que for, e a vivemos intensamente, não deveríamos ficar pensando em compartilhar tudo o que estamos fazendo como que precisando Aparecer, Aparecer, Aparecer, para que isso? Para que isso serve?

Bem, se você pode contribuir com uma resposta, deixe teu comentário, seja concordando ou discordando, mas agora sim Apareça! Ser x Aparecer eis uma das questões.

Abraço, Benito Pepe

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Viva o Agora. Agora!

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Carlos Henrique Aquino
1 mês atrás

Benito, uma intensa futilidade que percebemos, e de forma bem exacerbada. A verdade que transparece que as postagens objetivam curtidas, compartilhamentos e likes – e é claro – seguidores. Isso quando não registram todos os passos e sentimentos em “diários virtuais”

O momento do registro fica em quarto ou quinto plano.
Já vi publicações de pessoas que registraram de forma simples: “não me acompanhem pois o melhor da vida eu faço em off”. Acredito que seja por aí sim. Pois devemos acreditar também que quando compartilhamos os momentos com quem curtimos, sempre alguém deseja a nossa infelicidade. Não publicamente, mas desejam. Então é melhor “não pagar para ver”

Sucessos e abraços

1 mês atrás

Grande Carlos Henrique Aquino! Obrigado pelo comentário, como sempre enriquecedor e acrescentando muito às reflexões quanto ao tema.

Gostei dos compartilhamentos em Off ou melhor, o melhor da Vida faço em Off … Show

Abração, Benito Pepe

Alexandre Vasconcellos de Andrade
1 mês atrás

Querido professor e amigo Benito! Excelente e interessante a reflexão, muito acertada à propóstito… Lembrei-me da autora Ana Sharp em “A empresa na era do ser”, no qual ela faz um paralelo entre ser e ter. Obrigado e parabéns por mais essa contribuição para o nosso dia a dia..

Oneide
1 mês atrás

Bom tarde, acabei de ler Benito.

Eu nao dou conta de tantas redes sociais, tenho me concentrado mais no instagram. Facebook nem olho mais e penso em acabar com ele, só não o fiz pq ainda estou no mercado de trabalho da area de Rh e as vezes precisamos dar uma olhadinha na rede sociais de algumas pessoas.

Não sinto a necessidade de postar meus momentos vividos, ate pq ja comentado pelo CH no seu texto acima, o melhor da vida fazemos em off..rss.

Quando chego a publicar alguma coisa , sera uma mensagem de otimismo para o dia a dia, alguma coisa para utilidade pública…ou quando quero divulgar o trabalho de algum empreendedor amigo, ou de algum produto que gostei, mesmo que não seja amigo…rss

Acho que a idade e a sabedoria me trouxeram essas atitudes naturalmente… mas compreendo a necessidade de algumas pessoas ao postarem seus momentos e curto os dos amigos.

Minhas redes socias sao restritas, não aceito convite de quem nao quero e sigo fazendo parte dessa realidade tão liquida que estamos inseridos !!+

1 mês atrás
Responder a  Oneide

Muito obrigado pelo lindo comentário querida Oneide. E agradeço por permitir que eu publicasse esse teu maravilho comentário, certamente vai colaborar com a reflexão de muita gente.

Abração, Benito Pepe

Marcello Bion
1 mês atrás

Nobre amigo Pepe;
Concordo em gênero, número e grau.
Não tinha analisado minha vida como uma Disneylandia. Aliás, quando lá fui, a gente tinha que pagar para tirar uma foto com o Mickey. Preferi tirar uma “self” com ele com minha própria máquina (sem moldura, sem o nome Disney impresso, sem frescura)!
Você resumiu bem o que é o mundo de hoje: um grande e belo “fake”. Isso eu chamo de “efeito manada”. Exemplo: se você tem im Instagram eu também tenho que ter (para não ficar por baixo). Inconscientemente estamos numa disputa por mais seguidores, audiência e sem falar na monetizacao: quanto mais seguidores, mais audiência (diga-se: consumidores l)!
Parabéns pelo conteúdo reflexivo.
Fica na paz!
Assimn.: Bion

1 mês atrás
Responder a  Marcello Bion

Valeu amigo Marcello Bion!

Você trouxe em pauta um novo tópico, não abordado no texto, quanto a questão da monetização, sim caso se trate de um “profissional” das redes sociais e ganha com essa atividade, como são os Yotubers ou coisa do gênero, como criadores de conteúdo, influenciadores e por aí vai… até a gente entende, mas quando se trata de uma pessoa comum, e que não busca a rede profissionalmente, mas só para “aparecer” aí é de se estranhar, principalmente quanto as postagens artificiais, fictícias e, como disse antes, miragens, ilusões… para este caso sim merece uma reflexão.

Obrigado pelo carinho do comentário!
Abraços, Benito Pepe

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